Mourísia
Maria do Céu
Maria do Céu
Maria Fernandes do Céu nasceu em 1934, a 15 de Fevereiro, no Tojo. A mãe chamava-se Maria do Céu e o pai José Paulo. Com sete filhos para governar tiveram muito trabalho. Maria foi a terceira filha. Os pais trabalhavam nas terras, na agricultura e disso viviam. Criada numa casa simples, de pedra, levaram uma vida humilde. “Os filhos mais velhos, havendo quem os quisesse, punham-nos a servir, porque já se governavam.”
Não havia tempo para brincar pois tinha de tomar conta dos irmãos mais novos, até eles crescerem. Foi para casa de uma tia, no Tojo, guardar-lhe um bebé. Aos 6 anos voltou para a Mourísia e foi criada com os padrinhos, até à idade de casar. Os jogos, como o “cisca barrisca”, eram feitos enquanto guardava o gado, assim como as bonecas que costurava.
Maria do Céu nunca fui à escola, nunca a mandaram. “Diziam era que as raparigas nunca deviam saber ler”, para evitar as ilusões com as cartas dos rapazes. Só depois dos 30 anos aprendeu a fazer o nome, com a filha.
Foi na Mourísia que conheceu o marido, conheciam-se há muito, de pequenos. Chegada a idade “o namoro foi quase dito e feito”, “tratou-se logo o casamento”. Enquanto esteve na aldeia continuou com a vida na agricultura, como sustento. Até que, em 1966, o marido emigrou para a Suécia, e a 1 de Janeiro de 1972, Maria do Céu foi também, para Solvesbörg. Trabalhou numa fábrica de calçado de senhoras, durante dez anos. Após várias viagens, só em 2000 fixaram a residência em Portugal. Regressou à Mourísia, à sua terra, onde nasceu e foi criada. “Cada um, donde é criado, diz que é desejado.”
Vídeos
- “Assim iam vivendo” Ascendência
- “Para se verem livres dos filhos” Infância
- “Não conhecíamos casa de banho” Casa
- Matança do porco – Dia longo Costumes
- O pinheiro do gato Costumes
- “A catequese era em casa do meu padrinho” Religião
- “Resolvemos ir para a Suécia” Migração
- “Trabalhava numa fábrica de calçado” Migração
- Conservar a carne do porco Lugar
- “Ele era cá da terra” Namoro
Áudios
- “Trabalhavam na agricultura” Ascendência
- “Pela noite dentro é que se ia para a cama” Infância
- “Punham-nos a servir” Infância
- “Fechou-me a porta, pôs-me na rua” Infância
- “Vivíamos alegres quando nos juntávamos” Infância
- “Precisava de saber fazer as coisas de casa” Infância
- “Era uma casa muito simples” Casa
- “Diziam que as raparigas nunca deviam saber ler” Educação
- Arroz de fressura Costumes
- Festa – De Maio para Agosto Costumes
- Porco – “Todo o ano a tratar dele” Costumes
- O dia da matança do porco Costumes
- Chouriças para todo ano Costumes
- “Fartávamo-nos de desfolhar milho” Costumes
- O pinheiro do gato Costumes
- Orgulhoso por saber a doutrina Religião
- “Não havia cá missa! Religião
- “Cheguei à Suécia no dia 1 de 1972” Migração
- “Aprendi muito naquela fábrica” Migração
- Um barbeiro muito entendido Lugar
- “Tinham os partos em casa” Lugar
- Ervas que faziam bem Lugar
- “É a minha terra” Lugar
- “Foi quase dito e feito” Namoro
- “Ainda se não usava ir de branco” Casamento
- “Uma vida de muito trabalho” Percurso profissional
- Monsenhor Pereira de Almeida Pessoas
Textos
- Maria do Céu e José Paulo Ascendência
- “Havendo quem os quisesse, punham-nos a servir” Infância
- “Dizia que eu era a mais inteligente dos meus irmãos” Infância
- “Uma fogueirona grande” Infância
- “Um dia, pôs-me na rua” Infância
- “Uns degraus altos para as minhas pernitas tão pequeninas” Infância
- “Já exploravam duma criança” Infância
- “Aqui me criei pequenita” Infância
- “Mais quentes que são as de agora” Casa
- “A desgraça delas era saberem ler” Educação
- “Não queimavam o gato” Costumes
- A festa de Agosto Costumes
- “Fartávamo-nos de desfolhar milho” Costumes
- Um magusto na rua Costumes
- Um porco para todo o ano Costumes
- Do tempo em que havia bailes Costumes
- “Eu sabia muita doutrina” Religião
- “Aqui não é quente, mas lá então...” Migração
- “Protegida pelos colegas e pelos sindicatos” Migração
- “Começáramos a andar cá e lá” Migração
- “Era muito difícil salvarem a pessoa” Lugar
- Histórias que se ouviam contar Lugar
- “É a minha terra” Lugar
- Monsenhor António Pereira de Almeida Lugar
- “A primeira vez que falou comigo foi diante dos meus pais” Namoro
- “Quando eram naqueles dias, enchiam a barriga” Casamento
- “Governávamos das terras” Percurso profissional
- “Até acho bonito” Avaliação