Para fazer a broa tinha que se moer o grão no moinho. Nós tínhamos um moinho, ainda existe. Depois, ia-se lá moer e trazia-se a farinha. Peneirava-se, tirava-se-lhe as cascas e ficava a farinhinha limpa. Não se comprava trigo como agora para se misturar a broa. Semeávamos o centianinho, o centeio. Também se malhava e também se moía. Depois misturava-se um bocadinho de farinha de centeio, com a de milho. Amassava-se com o sal e um bocadinho de fermento. Fazia-se o fermento na véspera. Ao outro dia estava lêvedo. Depois punha-se na farinha e pronto. Amassava-se tudo e depois levedava. Estando lêvedo, punha-se o lume ao forno. Quando estivesse, mais ou menos, em ordem ia-se meter no forno. Ainda hoje gostava de a cozer, se pudesse.
Naquele tempo havia, chamavam o forno de apoio. Iam lá cozer e pagavam. Davam um bocadinho de massa, de cada uma da sua gamela, para fazer uma broa ou duas, àquela que aquecia o forno. E ela coitada, também vivia daquilo. Umas vendia-as, outras comia-as. Era assim.