Fui trabalhar para a General Motors. Entrei para lá em 1962, mas exigiram análises ao sangue e às urinas. Fui a uma inspecção médica à Avenida da Liberdade. Depois fui para lá e, a mim e aos outros, deram uma declaração: “15 dias à experiência”. Se servisse, ficava, se não servisse:
- “Vais-te embora!”
Ainda fui para Alcântara. Eles tinham um contrato para montar sete camiões por dia e se não os montassem, perdiam-lhe o direito. Era os caminhões Bedford! Fui então mais uns três indivíduos, para a montagem de camiões. E o que é que eles me deram no primeiro dia? Montar os pneus! Eram sete caminhões, eram 42 pneus! Depois foi lá também um indivíduo ajudar. Montei mas, à tarde, comecei a fazer um outro serviço. Eles viram que eu que dava melhor naquilo e foi naquilo que eu fiquei. Ao outro dia já não fui montar os pneus! Já foi outro.
Mas foram bons esses 15 dias de experiência. Como digo, no primeiro dia montei os pneus, mas no outro dia já comecei na secção de componentes de automóvel.