Na matança do porco, vinham cá matá-los. Eram os homens a segurá-lo em cima de um banco. Seguravam-no e ele estrebuchava, mas não ia embora. Era a faca no peito, direito ao coração! Tinham que lhe tirar o sangue para ele morrer. Morria, era queimado com carqueja e depois raspado. Ficava ali, parecia que tinha a barba feita. Depois de aberto, as tripas eram despejadas e lavadas onde houvesse água. Tiravam-lhe o cocó. Tiravam-lhe aquilo tudo. Era tudo lavadinho, tudo virado do avesso, lavado, escaldado e tal e depois eram cheias com bocados de carne, conforme a especialidade que quisessem. De sangue, de carne, de bofe. Faziam-se os enchidos. Era só atar e pôr ao fumeiro.
Mas isso acabou. Agora, já se compra só a carne. Vem aí o homem do talho duas vezes por semana e compram aquilo de que têm precisão. Para que é que hão-de estar a comprar um porco inteiro se precisam só de 1 quilo ou meio quilo de carne? Compra-se, vai-se comprando.