Antigamente, não vinha cá o médico. Havia o regedor, que vinha cá. Por exemplo, tinha o sarampo. Havia de lhe dar água com fartura porque aquilo faz sede, o calor, a febre. Mas não! Aqui tapavam com cobertores. Quando havia de encher a barriga de água, água, nem prová-la. Punham-lhe um cobertor encarnado na janela. Diziam que fazia bem para curar o sarampo. Lá estava ali uns dias até se achar melhor.
Uma coisa mais grave, tinham que ir para o hospital. Vinha uma ambulância ou qualquer coisa buscar. Ambulâncias houve sempre. Nos bombeiros também. Se raspava o joelho no chão aquilo lá ia ao lugar quando entendesse que havia de ser. Se partisse a cabeça ainda cá tinha agora a marca.
Andava aos figos lá numa figueira. Estava virado para cima de um barroco. Partiu a pernada onde eu estava, lá venho eu para baixo. Andava com um bonezito na cabeça, furou boné, furou tudo! Quando eu vou a meter a mão, era só sangue! Lá me rasparam ali o cabelo, um pensozito e lá curou por ela.
Têm o posto médico. Se for preciso ir para o médico a camioneta vem buscá-lo e vem trazê-lo. Antigamente como é que era? Não era assim.
Quando as pessoas morriam, levavam-nos à mão daqui para a Benfeita. Com os caixões às costas, por esses outeiros abaixo. Quem os levava, eram os homens. Da família, era quem calhava.