Uma vez, entreguei lá um cordão de ouro, duas alianças e um alfinete. Iam umas pessoas para um casamento e eu levei-as ao Terreiro do Paço, ao barco do Barreiro. Quando cheguei, pagaram-me e eu vim-me embora. Mais tarde, uma senhora que eu apanhei diz:
- “Olhe que tem aqui uma mala atrás.”
Vou a ver, lá tinha aquilo tudo! Digo assim:
- Isto faz uma falta enorme à mulher!
Eu não lha podia entregar, que ela tinha ido apanhar o barco. Levei ao sindicato. Ao outro dia, deixou lá 20 escudos de gratificação. Não era obrigada a deixar nada, de qualquer das maneiras também podia gratificar melhor... Era um valor enorme, aquilo. Um cordão de ouro! Nós éramos 1000 e tal táxis, de maneira que nunca sabia quem era eu. Mas Deus me livre! Entreguei lá muita coisa.