Antigamente era tudo diferente. As mulheres lavavam a roupa com cloreto e depois punham a secar, a corar na relva, à beira dos tanques. Nós temos ainda três tanques. Era aí que se lavava a roupa. Não havia cá lixívias, nem detergente, não havia nada disso.
Para se conservar a comida havia umas caixas com sal grosso para pôr os presuntos dos porcos a salgar. Depois aproveitava-se aquele sal para a comida. Não havia dinheiro para andar a estragar. Não havia frigoríficos, mas também não havia comida. Nós tínhamos uma bacia grande e a minha mãe fazia as batatas às rodelas, como quando é para a caldeirada. Fazia assim a batata, mas não havia nada para lhe pôr, era água e uns dentinhos de alho por cima e era assim.