Casei na capela lá em baixo. Foi em Agosto. O padre era da Benfeita. Estava lá e depois veio cá fazer o casamento. Eu estava a servir e os meus patrões é que foram os meus padrinhos. O marido, ela não foi. Foi uma cunhada minha nas vezes dela. A minha cunhada é que ficou madrinha lá no registo. Quem me levou ao altar foi o padrinho.
O meu marido ia de fato preto. Era a praxe. Eu ia de saia e casaco cinzento, uma blusinha branca e um veuzinho. Não ia assim de noiva. O meu fato foi feito em Oliveira que, na altura, eu estava lá com as meninas, filhas dos meus patrões, que estavam a estudar.
Fomos viver para uma casa que era dos meus sogros, eles estavam na fazenda e a gente dormia ali. Depois o meu marido foi para Lisboa e mais tarde fui eu. Chamaram-no para ele ir trabalhar numa garagem e ele teve que ir e depois mandou-me ir. Ele chamou-me e os pais não gostaram muito. Queriam que eu cá estivesse. Tiveram que se habituar. Depois o meu sogro esteve três anos e tal numa cama e eu aqui a tratar dele. Ele mandou e eu tive de vir. A gente estávamos casados há dias, nem 15 dias quase estivemos juntos aqui. Ele foi trabalhar numa garagem ao pé do Marquês de Pombal.