Havia na Benfeita um senhor que era meio curandeiro. Era o pai do “Minas”. Os remédios que ele dava curavam as pessoas. Era muito inteligente aquele senhor. O barbeiro era o filho. Chamam-lhe o “Minas” que andou no correio numa mota. Um dia, faltaram-lhe os travões e ele foi bater na casa da dona Saudade. Era ele:
- “Fujam! Fujam! Ai que eu mato-me! Eu mato-me!”
A mota perdeu os travões e ele foi pela rua abaixo:
- “Ai que eu mato-me, que eu mato-me!”
Volta e meia quando o vêem dizem:
- “Ai que eu mato-me, que eu mato-me!”
Esse vinha entregar as cartas e cortava o cabelo. Fazia a barba a quem quisesse. Ele não curava, isso era o pai. Esse tal senhor receitava e dava injecções nas veias e tudo, era muito inteligente. Usava a linhaça e as ventosas. A linhaça amassava-se e punha-se num pano. Depois punha-se no peito, para curar a constipação e assim essas pneumonias. As ventosas eram uns copos de vidro. Eram uns copinhos largos, era quase os iogurtes de vidro que há. Punham-lhes algodão dentro, acendiam-lhes o lume, a ventosa pegava, puxava a carne para dentro e tirava o mal. Tive uma tia que teve uma pneumonia e ele curou-lha com aquelas ventosas. Era mais estreitinho em cima, punha-lhe o algodão, pregava nas costas, saia aquela carne para dentro da ventosa e puxava o mal para fora.