Em Lisboa ainda andei a fazer umas horas numa casa mas o meu marido depois não quis. Entretanto engravidei e tive o meu filho. O meu marido foi para a Carris e eu tinha que lhe fazer o comer, para lhe mandar. Ia lá aos eléctricos e aos autocarros levar o comer. Ele andava nos autocarros a conduzir as pessoas.
Estive em Lisboa até vir para aqui. Vinha cá estar, às vezes, aos três meses e assim. O meu marido ficava lá mais o filho e eu vinha ajudar os pais dele, quando era na sementeira, a apanhar o milho e nas vindimas. E não tenho reforma. Podia descontar para a Casa do Povo, porque eu estava aqui aos três meses e mais, podia ter uma reforma e não tenho nada. Não tenho nada de reforma. Do correio agora ganham uma boa reforma e eu andei lá a ganhar 15 tostões que era uma vergonha.