O nosso médico maior era um senhor da Benfeita, o senhor José Augusto. Era um bom médico. Ele nem tinha curso. Talvez tivesse a quarta classe ou nem isso, mas corria as serras todas. A gente tinha uma dor de barriga, um panarício num dedo ou uma ferida e ele atinava com as doenças. Dava com as coisas. Chegava, ia logo buscar uma toalha, encharcava-a em água fria e punha-nos em cima da barriga. Quando havia um tratamento a fazer, chamavam-no e ele vinha tratar. Noutras vezes, as pessoas já iam à Benfeita. Era um grande médico! O maior médico das aldeias!
Em Côja também havia médicos. Era o doutor Adolfo, o doutor Baptista... Chamavam-nos e vinham a cavalo ver a gente. Mas também havia muitas ervas e tínhamos muitos chás caseiros. Naquele tempo, as crianças eram muito atacadas das lombrigas. As nossas mães, ou eu ou outra pessoa, iam, pisavam um bocado de hortelã bem pisada e atavam-no à cabeça com um pano. Depois esfregavam-nos os pulsos com o ramo da hortelã, com aquelas coisas, e dava resultado! Um chá que nos davam muito era o chá da flor de sabugueiro. Era um grande chá para as constipações.