Nessa altura não havia luz. Era o candeeirito de lata, com o petroleozito, com uma asazita. A água, íamos à fonte. Agora é que já toda a gente tem água em casa. A fonte é no largozinho, era aí que eu e as outras pessoas, com o cântaro de barro, lá íamos buscar também. Está sempre a água a correr, água de uma rocha. É a melhor água que a gente tem, até para comer ou para beber.
Não havia máquinas de lavar. Só há dois tanques. Tem sempre a água a correr, e íamos para lá. Era um convívio. Quando era em Agosto depois para lavarem as roupas, toalhas e guardanapos, e isto e aquilo, tínhamos lá em baixo um chafariz. No café estava uma fotografia com o tanque rodeado de mulheres e raparigas, tudo a lavar as suas roupinhas. Era giro, até era giro. Falávamos umas com as outras e coisa. Mas aí não se cantava. Era uma vida de escrava!