Lembro-me da novela “Escrava Isaura”. Andava tudo parvo. Eu podia andar a ajudar aos meus dias ou coisa mas, naquela hora, eu tinha que vir. Andasse ou não andasse, eu tinha que vir para ver a “Escrava”. Um vício, uma “parvoada”! Agora nem vejo nenhuma. Nada. Mas com aquela “Escrava Isaura” houve muita gente que deixava tudo para àquela hora estar onde houvesse televisão. Só cá havia uma televisão ainda que era a dessa tal senhora que eu trabalhei lá 20 anos. Era a Maria da Assunção. Agora já têm às três e quatro televisões em casa. As pessoas juntavam-se para ver televisão na casa dessa senhora que vendia as peças de pano a metro. Era aí. Era a casa das pessoas mais ricas que cá havia. Foi logo no principio que começaram a vir. Também tinha telefone público. Quando era preciso íamos lá, telefonávamos e pagávamos o tempo que estivéramos a falar. Hoje já qualquer pessoa tem um telefone.