Vinha um médico de Avô. Estava cá um senhor que percebia qualquer coisa de medicina. Nesse tempo, era chás, mas caseiros, daqueles chás de erva cidreira, de sabugueiro, sei lá mais quê. Umas ervas. Fazia-se aquele chá e matava-se uma galinha e pronto. Comia-se aquela canjazinha e mais nada.
Então quando se rachava a cabeça, havia esse senhor, chamava-se senhor Francisco, que era uma pessoa muito informada. Tinha livros do João Brandão. Realmente, era uma pessoa que até percebia muito daquilo. Foi ele e depois era um filho dele, que era o senhor Arnaldo. Também era uma pessoa que tinha aqueles livros e percebia qualquer coisa de medicina. Cheguei a ser tratado por ele várias vezes, quando era mais miúdo. Às vezes caíamos para aí. A minha mãe chegou a ter aí num pé uma coisa... Lancetavam aquilo e tal... Era o que sabia Deus, nessa altura. Mas havia mesmo o próprio médico, de Avô. Muitas vezes o que ele dizia era:
- “O senhor Francisco, fez isto e aquilo, sim senhor!”
O que ele dizia estava tudo bem. Embora não fosse médico, mas era uma pessoa que percebia disso. Era o que valia cá. Agora vem cá o médico.
Aconteceu com uma tia minha, foi daqui para Avô, chegou lá, o médico levou-a para Arganil, mas quando lá chegou morreu. Era muito difícil! Só quem conhece... Naquele tempo era muito sacrifício!