Eu aos 14 anos já andava a namorar. Fui para Lisboa e já eu namorava.
Conhecia a minha mulher de cá, porque andava cá a trabalhar. Os pais dela e ela conheci-os daqui. Conheci-a quando olhei para ela. A idade era quase um do outro. Só a diferença de um ano. E pronto comecei a namorar com ela. Namorámos três anos. Comecei com 15 anos. Depois zanguei-me até ir para a tropa, porque eu andava a namorar com mais duas e ela veio a descobrir e começou a chatear-me a cabeça. Eram porta com porta uma da outra, lá na Dreia, e nenhuma sabia. Só atravessava a porta. Eu saía, ia-me embora e não me viam.
Depois fui para Lisboa e escrevia-lhe. Um dia quando foi de ir às manobras, fui mais um irmão e ela estava em Côja, no Pisão, a servir em casa da professora. A gente estava zangado há três anos. Falei com ela:
- Ouve lá, posso-te escrever uma carta?
- “Isso é contigo. Se quiseres escreves, se não quiseres não escreves.”
Eu escrevi-lhe. Mas já estava eu junto com uma lá em Lisboa. Uma rapariga nova. Tinha eu 23 anos e ela tinha 18. Era costureira de alfaiate. Mas antes queria esta. A outra era uma criança ao pé de mim, tinha 18 anos. Agarrei, fui embora. Depois tratámos do casamento.