Antigamente havia muitas pessoas que nasceram e morreram e nunca foram a um médico. Ficavam doentes, andavam doentes, depois morriam e pronto. Tratavam-se com uns chazinhos das ervas que nós temos nos campos. Mandávamos dar chá de erva-cidreira, flor de sabugueiro, umas malvas, que era para as feridas... Fervia-se tudo numa cafeteirinha e a gente bebia. Ainda hoje faço chá de erva-cidreira. Se a gente estiver maldisposta, faz bem. Quando faz. Quando não faz, não faz, pronto.
No Piódão havia um barbeiro que vinha ver as pessoas a casa. Quando uma pessoa estava assim coisa, mandava-o chamar. Ele vinha a casa e depois mandava fazer os chás das ervas. Já não foi da minha lembrança como ele aprendeu a curar. Nem nunca me lembro de me tratar a mim. Mas aos meus pais ainda veio muita vez, que eu lembro-me bem. Mais tarde já vinham médicos. Às vezes, quando uma pessoa estava mais mal, iam chamar o doutor Vasco que era de Avô. Mas era só de longe em longe. Como é agora também!