Os homens da aldeia também iam ganhar para um lado e para o outro. Mas trabalhavam também nas terras deles. As profissões era andarem com uma enxada a cavar e outros trabalhavam de pedreiro. Cada um trabalhava no seu ofício. Cada um procurava a vida por onde podia. Os meus irmãos também trabalhavam em Cebola e foram andar nas Minas. Trabalharam lá debaixo do chão, debaixo da terra. Lá andavam, coitados. Seguro não era e havia de ser difícil. Mas de gente do Piódão nunca ouvi dizer que houvesse nenhum problema, nenhuma história má. Graças a Deus, que eu saiba, não veio de lá ninguém aleijado.
Depois, quando iam para Lisboa, cada qual arranjava o seu trabalho. Os meus irmãos trabalhavam numa fábrica de gelo e as minhas irmãs era nas casas das senhoras. Andaram a servir. Cada uma tinha que ganhar alguma coisa, tinha que ser.