Tínhamos também uma parteira. Era a minha tia, irmã da minha mãe e minha madrinha de baptismo. Chamava-se Maria Silva. Essa era a parteira. Ia buscar um molho de mato, de manhã, que tinha aí umas ovelhas. Estava ali sozinha. Nunca foi casada, ia buscar um molho de mato, chegava e diziam:
- “Olha Maria, está ali fulana assim, assim para ter um menino.”
Ela ia lá, trabalhava aquilo duma maneira, depois lavava as roupas, fazia aquilo tudo. Quando eles nasciam era curioso:
- “Ó tia Maria Silva, então como é que é o menino?”
- “Olhe, é a cara da mãe”.
A qualquer conhecido dizia que era a cara da mãe ou a cara do pai. Mas atamancava tudo. As pessoas viviam assim. Eram rijas. Viviam com 90 e tal anos e mais. A minha mãe morreu com 90 e tal, há cinco anos.