Depois da escola, eu ia guardar cabras e buscar mato e a lenha para queimarmos. Trazia tudo às costas. Não havia fogões, não havia nada. Nem as casas tinham chaminés. O fumo “laboriava” a casa por inteiro. Dava uma volta à casa toda, mas aquelas madeiras não apodreciam. O próprio fumo é que envernizava as madeiras e nem o caruncho entrava. Hoje, uma casa desabitada cai. Na altura, as casas era água por todo o lado e não caíam. Aquelas madeiras aguentavam-se toda a vida, porque estavam ressequidas, envernizadas. O fumo era tanto que aquilo parecia verniz, a água não entrava. Matavam os porcos, e curavam aqueles presuntos naquelas cozinhas sem chaminés nem nada. A gente punha carne na panela, era um cheirinho! Hoje não, o que está aí a vender não tem gosto nenhum.