Andávamos aí às escuras por essa rua de noite. A gente nem via. Era com umas lanternas, depois apagava-se. Era tudo cultivado. A água andava dividida como anda agora e a gente tinha que ir com uma lanterna regar de noite. Era uma lanterna de azeite. Depois, quando às vezes andava com o sono, deixava-a cair.
Isto mudou muito. Tiveram que pôr os postes para ter luz. A gente primeiro não tinha luz e não tinha água em casa. Naquele tempo, para ir à fonte, para ir à água para fazer o comer e para o que é preciso, às vezes, longe de casa, sabe Deus como era.
Naquele tempo não havia máquinas era tudo lavado à mão. A que não ficava tão branquinha tinha que se pôr a corar ao sol com sabão e com um regador. Depois estando bom é que se torcia. Tinha que ser assim. Onde fizeram a piscina é que ia quase toda a gente lá lavar. Agora parece que se estragou lá tudo com a trovoada. Foi tudo pela água abaixo. Mas tem um tanque aqui ao fundo da povoação e vão lá lavar. Há outro mais para o cimo. Agora ainda se lava nos lavadouros quando querem.