Fazer o pão era trabalho das mulheres. Lembro-me de as ver mas não aprendi. Tratar do forno já era para os homens. Havia uns quatro ou cinco fornos comunitários. Havia um onde está a igreja. Depois acrescentaram a igreja e foi abaixo. Há um na parte de cima da aldeia, que ainda está conservado. Mas já ninguém lá coze. Agora nem uns nem outros, não coze cá ninguém o pão. As pessoas lá se orientavam. Hoje deitava um o lume ao forno. Depois ora trazes tu, ora traz ele. Eram uns tantos por dia. A primeira que deitava o lume ao forno, a primeira que cozia, é que depois orientava os outros, para esse dia. Depois, outro dia, já era outro. Às vezes, chegavam a cozer três e quatro ao mesmo tempo. Lá elas se combinavam umas com as outras. Faziam aquele cálculo. O forno leva tantas broas, as minhas são tantas, as da outra são tantas. Chegaram a ser quatro pessoas num forno, numa cozidela. O forno comunitário trabalhava toda a semana.