Tenho histórias boas e más dessa altura. Às vezes, corria bem e outras vezes corria mal. Uma vez fui fazer a feira a Lousada e à hora do almoço ia-me a sentar. Chegava uma freguesa, mas não comprava nada. Vinha outra freguesa e não me comprava nada. Estava tão aborrecido porque tinha mandado vir o almoço desses feirantes que os levam para as feiras. É que não me deixavam comer e não me compravam nada. Porque se elas comprassem, eu levantava-me e dava o tempo bem entregue, por me levantar. Mas é que era mesmo quando eu ia a sentar que elas chegavam. Estava lá o meu patrão, mas eu já estava tão desanimado que agarrei e disse:
- Eu já não me levanto mais! Vá lá atendê-los, que eu ainda não fui capaz de vender nada.
Mas o que mais me custava eram as roupas. Vendíamos roupas mas não em grandes quantidades. Mexiam e depois não compravam nada. O que mais me chateava era aquilo. Iam a pegar nas roupas e eu mandava logo mexer naquilo que era deles. Só o trabalho que me davam, desenrolavam-me tudo. E depois não compravam nada. E aí eram pior as mulheres do que os homens.