Os doces era o arroz-doce e as tigeladas. As tigeladas diziam que era o doce mais fino cá da terra. É bom de fazer. Aquilo tem uma medida. É conforme se queira fazer. Há quem faça assim, por exemplo, dez ovos para um litro de leite. A mim por acaso ensinaram-me a fazer assim, foi a irmã do meu marido que cozinhava muito bem, uma que já morreu. A gente abria os ovos para uma taçazinha. Até costuma abrir para uma, que pode ir algum estragado, para não misturar. Mas pronto, faz-se uma medida dos ovos. Põe-se para um alguidarinho ou para uma coisa qualquer. Depois quantas medidas de ovos puser, quantas medidas de leite leva. Elas agora já costumam fazer assim: é dez ovos ou 12 e um litro de leite. E o açúcar é o que lhe quiserem pôr, à medida do doce que a gente quiser. Aquilo bate-se, não é preciso bater muito mas que fique assim batidinho, só com os ovos, o leite e o açúcar e vai ao forno. Deixa cozer no forno. Mas por acaso, se ficarem bem feitinhas é muito bom. Vai ao forno numa taça, um tacho vidrado é que é o melhor. E vai à mesa no tacho onde é feito. Daqueles de barro vidrado. Algumas ficam assim com aquela crostazinha por cima. Mas se a gente vir que ela se está a queimar põe-se-lhe um bocadinho daquele papel de alumínio por cima, para não deixar queimar tanto. Agora até já há essas coisas. A gente depois mete-lhe uma coisinha, um palito ou assim, se vier seco está cozida. É fácil de fazer. Não é preciso estar lá a mexer nem nada.