Casei o dia 10 de Fevereiro de 1947. Na Igreja do Lumiar. Íamos vestidos eu de noiva e ele de noivo. Ia vestido de preto, de fato preto. Eu era de seda às flores, ou lá o que era aquilo. Lembro-me lá disso. Era muito bonito até. E aquela coroa também. A coroa não era minha. Era lá de umas pessoas que uma madrinha conhecia. Nesse tempo aquela coroa veio da Alemanha. Aquela coroa não era vista. É verdade. Não havia nesse tempo. O resto era meu, mas a coroa não. Era daquelas pessoas. E por isso elas deram a volta comigo para verem aquela coroa porque cá em Portugal não havia nesse tempo. E por acaso até é muito bonita.
Foi o casamento e depois houve o almoço. Foi só um almoço em casa da minha madrinha. A casa era grande, não era só o estabelecimento. Havia pouca gente. Só a gente conhecida, de famílias, assim. Foi um casamento. Não foi como o da minha neta, claro. O da minha neta levava 200 e tal pessoas.
Depois, fiquei lá em Lisboa. Tinha a minha casa, depois fui morar para o Olival Basto. Lá é que o meu filho se criou.
O meu marido veio comigo, também já vinha reformado. Foi quando o meu filho já estava com a vida dele. Enquanto ele estudou não podia ser.