Nas Minas era mineiro, mas um dia andavam a fazer uns cortes de experiência, em que era para porem uma verguinha. Aquela verguinha na ponta era rachada e tinha como que era uma cunha. Aquilo tem lisos e era a ver se aquilo segurava para aquilo não cair. Eram uns cortes de experiência. Eu baixei-me, o marteleiro, começava com uma broca pequena e quando aquela entrasse, depois já era outra maior. Eu estava a chegar as brocas. Quando estava abaixado caiu-me uma pedrazita de cima do capacete vou a olhar e vinha um liso a cair. Eu só tive tempo de agarrar nele e atirar com ele para o lado. Depois quando eu atirei com ele para o lado ia para me dar com uma broca na cabeça. Julgou que eu estava a brincar ou que era para o agredir. Quando cai aquilo ele começou a chorar e foi ter com os gerais e disse:
- “Olhem se não é ele que me livrou eu ficava lá.”
Ficou mesmo onde ele estava. Eu se lhe fosse a avisar nem dava tempo para nada. Tive o sangue frio e atirei com ele para além, a receio. Na altura era um rapaz ainda novo. Tive agilidade e tive uma inspiração forte. Depois disseram que eu escolhesse se queria ser entubador, ferrista ou escombrador e eu disse:
- Eu não vou andar cá muito tempo de mineiro.
O meu pai foi uma coisa que me pediu:
- “Não vás mais para as Minas.”
É que aleijou-se lá muita gente. Até um senhor ali da Foz d´Égua, esse ficou lá nas Minas. Ali dos Chãs d´Égua também ainda se lá aleijaram diversas pessoas. Lembro-me lá de uma pessoa, que andava com uma perna de pau e foi lá que a partiu. E quando se sabia eram dezenas deles que se aleijavam. O meu pai tanto me pediu...