“Enquanto puder, não deixo a catequese”

Mais tarde, aos meus meninos, ensinava-lhes o catecismo. Fui e sou catequista. Agora não tenho nenhuma criança, já há poucas na aldeia. Aqueles que agora estão na escola e na catequese andam com a mãe, que é catequista. Não era do Piódão, mas era catequista na terra dela. Veio para a aldeia e agora ensina, faz o seu dever. E os meninos são dela. Mas uma senhora que tem três netinhos já me convidou. Disse-me:

- “Maria, depois ensinas-me os meus meninos?”

- Então, eu não ensino porquê? Só se não puder! O mais de boa vontade! - disse eu.

Começo pelo Sinal da Cruz, a Ave Maria, o Pai Nosso e por estas coisas assim mais simples. Depois vou ver ao catecismo, olho e pronto. Comigo sempre se portaram muito bem. Parecia que não havia lá meninos! Tão sossegados, tão quietinhos! Se era preciso ir lá fora, pediam e iam. Nunca tive uma “escandola” dos meninos. Nunca vi que me tratassem mal ou que me dessem alguma resposta má. Não. Foram sempre muito educadinhos! Eu também era boa para eles, não lhes ralhava nem nada. Levava-os ao bem. Portanto, enquanto puder, não deixo a catequese. Agora estou convidada para esses três meninos, que ainda são tão pequenos. Mas nessa altura, quando eles forem da idade da catequese, se calhar já estou muito velhinha... Mas o espírito é sempre jovem! Tendo força de vontade faz-se tudo.