Correr o Entrudo é pelo Carnaval. Uma vez houve um senhor, no Pai das Donas, que casou e antigamente, já não me lembra disso mas a minha mãe contava, usavam por baixo uns saiotes. Então ela casou e nessa noite coseu o saiote e foi para a cozinha e depois juntavam-se os rapazes daqui e os da outra povoação de onde era isso. Levavam as portas dos fornos, as campainhas dos animais isso tudo. E depois eles aqui chamavam:
- “Ó senhor fulano de tal. Foi verdade que a sua senhora no dia do casamento foi à cozinha coser o saiote e não foi consigo para a cama?”
Eles tanta vez chamavam, tanta vez chamavam até que ele veio responder:
- “Foi verdade, foi verdade.”
Então batiam-se aquelas portas, aquilo tudo, as algazarras, as campainhas, as portas do forno. Era muito divertido. Havia sempre uma coisa bonita.