Pela Páscoa enganchava-se às amêndoas. A gente punha o dedo mindinho um no outro e dizia assim:
- “Enganchar, enganchar, quando eu te vir hei-de te mandar rezar.”
Depois a gente quando se via mandava-se rezar um ao outro:
- “Reza.”
Porque aquele que perdesse tinha que pagar as amêndoas ao outro. Depois nós, raparigas, fugíamos para o mato, para longe, onde os rapazes não podiam ir mandar rezar.
Era esta lenga lenga assim. Então andavam sempre a mandar rezar. Depois aquele que perdesse, aquela ou aquele que perdesse as amêndoas tinha que lhas dar. E comiam-nas depois todos juntos. Aquilo era uma paródia. Mas havia sempre:
- “Reza! Olha vem lá fulano, vai rezar.”
Era assim. Houve sempre estas paródias.