Pelo Natal canta-se assim:
“Ó meu menino Jesus, ó meu menino tão belo,
Que nasceste pelo Natal numa noite de cramelo.
Entrai pastores, entrai por esse portal sagrado,
Venham ver o Deus menino, está nas palhinhas deitado.
Venham vindo meus senhores, venham todos a Belém,
Venham ver o Deus menino que nasceu para nosso bem.”
Quando era pelas Janeiras andavam de porta em porta a cantar e a tocar. E era assim:
“Levanta-te daí senhora, desse banquinho de prata,
Venham-nos dar as Janeiras que está aqui frio que mata.
Senhora que se demora, alguma coisa nos quer dar,
Ou o toucinho é grosso, ou a faca não quer cortar,
Dê lá um fiozinho à roda do alguidar.
Levanta-te daí senhora debaixo desse caniço,
Venham-nos dar as Janeiras em honra de São Francisco.”
Aqui faz-se os cepos todos os anos. Estão a arder desde as vésperas do Natal até pelos Reis. Pinheiros, troncos grandes. Vão as camionetas aí buscar para a capela. E estão a arder toda a noite e todas as noites até aos Reis. Depois as pessoas davam chouriços de carne. Então, traziam os chouriços e as coisas e vinham para aqui assar e fazer as paródias. Era assim. Agora é que não há nada. Agora acabou tudo. Bem os cepos eles fizeram e tocaram o sino, a chamar o povo para irem aos cepos. Era assim, houve sempre estas coisas assim. Agora é que já não há nada.