Antigamente não havia electricidade, não havia nada. A iluminação era com uns candeeiritos pequenos. Eram a petróleo.
Punha o candeeiro numa perna e era a coser, a coser, a coser. Dei muito ponto, dei cabo dos olhos. Agora não vejo. Eu bordar nunca bordei, nem fazer renda, mas cosia a roupa, os rotos. Tinha de remendar.
Não tínhamos televisão. Antigamente debulhava-se feijões e o milho, quando era o tempo dele, e ia-se para a cama. Estava-se à lareira, até às dez horas, chegava o sono e ia-se para a cama.
Também não havia água canalizada. Ia a gente buscar às fontes. Eu ia à fontinha, onde agora está o lavadouro, buscar a água. Ia ao chafariz, à fonte, chama-se a Fonte Nova, quando queria água de manhã para lavar a cara. Tinha que a gente ir buscá-la ou lavá-la lá. E não havia casa de banho. Era aí pelos campos.