Fui o culpado de fazermos o restaurante aqui. Eu e um sobrinho meu. Não fôramos assim muito bem recebidos, mas a gente não tem culpa nenhuma disso. Há quem não gosta dessas madeiras que tem aí. Então, e quem é que aprovou o projecto? Fui eu? Não fui. Alguém o aprovou. Isto não foi feito numa noite nem num dia. Foi feito com as vistorias de todos, da Câmara. Foi aprovado pelo IPAR, por Coimbra e por Lisboa. Enfiámos aqui ainda bastante dinheiro. Ninguém me deu valor a isso. E não era para ter sido aqui. Gostava de ter feito qualquer coisa nas eiras do outro lado. Na altura ainda, fiz o pedido à Câmara a ver se podia fazer se não. A Câmara deu a resposta que aquilo estava na reserva ecológica, que não se podia fazer. Ao fim, pensamos e fizemos isto aqui. Agora já estou velho e já não penso em mais nada. Se estivesse mais novo, apesar de se passar o que se passou, ainda pensava na ideia que tinha daquele lado. Gostava de ver isto um pouco melhor do que o que se não vê. Há muita gente que fala disto e daquilo. Até gente cá da terra, mas ainda cá nenhum deles enfiou o deles como eu enfiei. Aí é que elas estão! Falam, falam, mas não enfiam cá o deles.