O pai é António Lopes Fontinha e a mãe, Maria da Conceição. São os dois naturais do Piódão. Tiveram sete filhos. Começando pelos mais velhos é a Maria da Conceição Fontinha Ribeiro, depois sou eu, a seguir tenho uma irmã que é a Fernanda da Conceição Fontinha, depois é o António da Conceição Lopes, a seguir era o Carlos da Conceição Fontinha, que já faleceu. Depois é a Deolinda da Conceição Fontinha e o Jorge da Conceição Fontinha. Neste momento somos seis irmãos.
Desde que me começa a lembrar daquilo que eu vi que os meus pais faziam, era o meu pai a trabalhar na construção civil e a minha mãe como doméstica em casa e nos trabalhos do campo. Mais tarde, o meu pai adquiriu o edifício onde hoje existe o Restaurante Fontinha. Inicialmente, era uma mercearia-taberna. Os meus pais, a partir daí, foram fazendo um pouco de tudo, no campo e ao mesmo tempo o comércio.
Quando o meu pai adquiriu a mercearia-taberna, penso que em 1973, o número de residentes no Piódão andaria pelas 250 pessoas, no mínimo. Enquanto que hoje não chega a 70 pessoas. E, nessa altura, havia um certo movimento. Tinha a taberna, a mercearia, até roupa e calçado se vendia. Era uma superfície que vendia um pouco de tudo. Nessa altura, principalmente aos domingos, as pessoas vinham à missa, à igreja paroquial, mesmo das outras aldeias da freguesia e aldeias vizinhas. Então as pessoas abasteciam-se para a semana com mercearias e outros artigos. Nas aldeias deles não tinham casas de comércio e era na mercearia do meu pai que eles se vinham abastecer. Hoje em dia, as pessoas já têm os carros, e vão aos supermercados da região, às vilas ou às cidades. Nesse tempo, as pessoas andavam a pé e andando a pé esta mercearia era o mais próximo, então era onde vinham aviar, fazer as compras.