Eu acho este projecto válido. É bom porque nós damos o contributo dos conhecimentos que temos. Muitas vezes, as pessoas que vêm ao Piódão, ou porque não tem oportunidade, ou porque vêm a correr, se calhar vão com uma ideia não muito fundamentada do que é que foi a história disto, dos pormenores, como é que isto nasceu. Há aqui algumas histórias que, penso eu que as pessoas entrevistadas vão contar, no futuro as pessoas que vierem visitar o Piódão e virem o documento que vai ser elaborado, vai ser extremamente importante e enriquecedor.
As próprias pessoas que foram entrevistadas e que têm familiares, muitos deles que já não nasceram no Piódão, se calhar nunca conversaram, ao longo da vida, sobre certas questões, sobre certos pormenores, que as pessoas agora se calhar até irão contar. Eles próprios terão curiosidade de lerem o livro para, pelo menos, ficarem com a recordação do pai, da mãe, do avô ou de alguém que fez a entrevista, para daqui a uns anos dizerem:
- “Olha o meu pai contou, há uns atrás, num trabalho que se fez no Piódão, que quando ele nasceu era assim desta maneira e desta”.
Daqui a 20, 30 anos ainda podem existir esses documentos e eles apresentarem aos vindouros. Acho que é importante.
Existe aí um livro ou outro de uma pessoa, que conta a história da vida dele, como é foi o Piódão e Chãs d'Égua nesse tempo, mas acho que não é tão rico como haver um conjunto de pessoas a contar, porque uns até podem duplicar e contar a mesma coisa mas há sempre um pormenor ou outro que é específico. Um conta e o outro se calhar esqueceu-se e não contou. Juntando-se aquilo tudo, acho que se faz um mínimo do que é importante da história do Piódão. Por mim acho que é importante.