O casamento foi no dia 24 de Outubro. Inicialmente, marcámos uma data para meados de Setembro, a partir do dia 15 ou 20, em 1992. Só que, entretanto, houve ali um contratempo. A mãe dela ficou doente. Estava com problemas de saúde. E ela, também, nessa altura, ficou doente com varicela, uns dias antes da data que estava prevista e tivemos de desmarcar. Desmarcámos e depois marcámos para Outubro. Um sábado. O casamento foi em Vide, na igreja matriz de Vide. Havia a tradição, tirando um caso ou outro, de quando um rapaz era de uma aldeia e a rapariga era de outra aldeia, normalmente, a rapariga gostava que o casamento fosse na terra dela, na igreja lá da terra. Eu tenho um irmão, que é o tal irmão que já faleceu, que até casou no ano anterior a mim. Era mais novo do que eu, mas casou-se mais cedo. Quando me casei já tinha 30 anos. Ele tinha 22. Ele era natural do Piódão e a mulher era de Malhada Chã e, nesse caso, o casamento foi na igreja paroquial do Piódão e não na terra dela, na capela. Tinha mais espaço no Piódão e concordaram com isso. Nesse caso, Vide, que é sede de freguesia, tem uma igreja até maior do que a do Piódão e ela tinha vontade que fosse lá e por mim tudo bem. Os meus convidados vieram apresentar-se em minha casa e depois fomos todos por aí a baixo, nos carros, lá ter a Vide. E foi feita a cerimónia, foi feito o almoço num sal ao na Casa do Povo de Vide. Falámos com um restaurante que fazia serviço assim ambulante, de almoços para banquetes e casamentos. Acertámos isso com uma empresa aqui da zona e também foi feita a cerimónia ao mesmo tempo, para não estarmos a deslocar as pessoas para outro lado, porque, às vezes, faz-se a cerimónia religiosa num lado e faz- se o almoço a quilómetros e quilómetros de distância. Ali não. Conciliámos as coisas, ali tudo no mesmo sítio até porque muitos dos convidados são pessoas da zona que até nem tinham transporte. Muitos foram até da aldeia dela, que é a dois quilómetros de Vide. Foram a pé e outros foram de carro alugado. E para não estarmos a forçá-los a ir para muito longe, conciliámos tudo ali na mesma terra, lá em Vide.
O almoço incluiu três pratos da ementa. Nos casamentos, normalmente, esquece-se um bocadinho as dificuldades e tenta-se melhorar. É um dia especial na vida de qualquer um. Nas carnes era a chanfana, depois tinha um bacalhau, também era um prato que se utilizava muito aqui. Penso que esses dois pratos foram incluídos na ementa, que também são pratos que as pessoas estão mais habituadas. Não sei também se se fez um arroz de marisco, porque havia um convidado ou outro que também já estavam habituados a outras ementas. Houve ali um prato um bocadinho mais elaborado, mais sofisticado. Acho que foram três pratos. Também teve umas entradas e depois o bolo da noiva. Mais o champanhe. Foi uma coisa mais ou menos.