Doçaria era os bolos secos que fazíamos no forno, depois de cozer a broa o forno ainda fica quente, então aproveita-se aquele calor para coser os bolos. Levam farinha, açúcar, leite fermento e ovos. Amassa-se tudo muito bem, mas, não se deixam levedar, levam-se ao forno em formas untadas com azeite e polvilhadas com farinha.
À lareira fazem-se os coscorões. Estes já se deixam levedar. São amassados com aguardente e umas colheres de azeite e fritos em óleo.
A tigelada é feita só leite, ovos e açúcar, deve ser cozida em forno de lenha e em tacho de barro.
Antigamente, havia muito mel, pelo que era usado como substituto do açúcar nos coscorões e sempre que havia necessidade de adoçar qualquer coisa. Este tinha um senão, tinha que ser guardado em panelas de barro que tinham um recipiente onde se punha cinza para afastar as formigas.
Outra coisa que nesta aldeia se fazia muito bem era o caldo de castanhas, mas, eu não gostava nada. Toda a gente tinha muita castanha, então quando se apanhavam em Outubro, Novembro como a quantidade era muita uma parte ia para o caniço - chamamos nós o caniço - e aí são secas. Depois de secas, são piladas, ou seja, descascadas e com elas fazia-se o caldo de castanhas.
O meu pai, que Deus tem, gostava muito. Eu nunca gostei, porque achava muito doce. Antes, havia muitos castanheiros, muito velhos. Agora, há muito poucos porque estes últimos incêndios têm destruído tudo. O castanheiro é uma árvore muito frondosa, com tocas muito grandes que quando arde é difícil rebentar.