Antigamente, quem organizava as festas era o padre. Às vezes, algumas pessoas ajudavam. No dia da festa aqui do Piódão, saem os andores todos. A procissão sai da igreja, vai a dar a volta ao cemitério e depois voltam outra vez para cá. É preciso 70 pessoas para os andores todos, mais o pálio e tal. Participa a freguesia toda. Dois de um lado, dois do outro, três do outro, quatro do outro, participam todos. É quatro para cada um e parece que são 13. Estão três santos na capelinha da Senhora do Bom Parto; está o São Pedro, quatro; o resto está na igreja. São muitos. O pálio leva seis pessoas. Quem vai com a cruz, em geral, é o padre, mas este ano não foi. Ficou na igreja. Já está velho, não pode andar. É muita coisa.
Quando é o leilão, um vai para um lado, outro vai para o outro, todos fogem. Só lá fica um ou dois. O dinheiro está caro. Para o leilão, um dá uma garrafa de aguardente, outro dá o queijo, pronto. Cada um dá o que tem na vontade de dar. Outro não dá nada mas é capaz de lá deixar 20 ou 30 contos de ofertas e depois torna a oferecer.
Na festa, era só a banda de música. Nem havia concertina, nem acordeão, nem conjuntos. Agora é que já há. Às vezes, eu ia lá um bocadito, mas não sei dançar. Nunca aprendi. Antigamente, era ao pé do restaurante do Fontinha, em frente à fonte. Ali é que deitavam as coisas a lanço, ali é que dançavam. A rua não era assim. Era mais direita. Há 20 anos ou 30 é que meterem os esgotos e a calçada não ficou direita. Antigamente, as pedras até já estavam comidas de tantas pessoas ali passarem por cima. Agora, é à porta da igreja. Onde se vai para o coro, montam ali um palco e dançam em cima daquelas lajes.