O azeite era feito em Pardieiros. Na Benfeita havia dois lagares e nós tínhamos um, agora está no meio das silvas.
Apanhavam-se as azeitonas, punham-se num monte, botava-se uma mão cheia de sal para cima, para o azeite ser mais gostoso. Depois vinham os lagareiros, tinham carros para transportar, ensacavam a azeitona. Às vezes, tinham uma dúzia de sacos. Vinham-no buscar, levavam para o lagar, estavam lá outros homens a tratar dele. Levavam a azeitona, traziam o azeite. Descontavam o que queriam, e roubavam o que queriam. Mas naquele tempo chegava para tudo.
Eu cheguei a ter 18 sacos de azeitonas e agora não tenho nenhum. Morreram-me as mulheres e foram para muito caro os ordenados da apanha. Não dá para os ordenados de agora. Os dias são pequenos, muito frios, já não fazem nada de manhã enquanto não vem o sol.