O lobisomem diz que era um bicho que andava para aí de noite, desalinhado de um lado para o outro.
Benzilhonas são as bruxas.
Eram mentirosas. A pessoa queixava-se, como quando ia ao médico. Eu tenho isto, tenho aquilo, e elas diziam:
- “Olhe, você tem de mandar dizer tantas missas. Olhe que é fulano que andou a atentá-lo. Uma missa ou duas, tem de rezar isto ou aquilo para as almas se afastarem de vocês.”
Era assim que diziam. Diziam aquilo à sorte. Havia aí uma sem saber ler, sem saber nada, que não lia em livro nenhum certas coisas. E as pessoas vinham de longe. Eu quando estava em Lisboa tive pessoas que perguntavam:
- “Você é dos Pardieiros? Fui lá uma ocasião a fulana assim assim.”
- Então você foi lá?
- “Pois fui.”
- Então como é que se achou?
- “Olhe por acaso melhorei.”
Sem saber ler, sem coisa nenhuma, nunca de cá tinha saído e com os santinhos dela limparam-no. Tive pessoas que vinham de longe. A virem cá e lá com as cantilenas dela.