A minha esposa, chamava-se Isaura, era de Pardieiros também e era muito amiga da minha mãe. Foram criadas ao pé uma da outra. Ela estava em Lisboa em casa de uma tia. Morreu o homem, a essa tia que trabalhava em Xabregas, na Fábrica do Tabaco, era lá apalpadeira, quando saía o pessoal era todo apalpado para não trazerem nada. Como ela estava sozinha, chamou a minha mulher para o pé dela e empregou-a lá também. Mas quando a Isaura foi para lá ainda não namorávamos. Foi para lá novita, com 19 anos. A mãe pensou em casá-la. Fomos a Arganil, lá ao Registo, diz o do Registo:
- “Então você autoriza este rapaz casar com a sua filha?”
Diz ela:
- “Eu autorizo. Eu acho que ele tem competências de olhar por ela e ela de olhar por ele. Eles gostam um do outro, então autorizo e acho que fica bem amparada.”
- “Então assine aqui.”
Ela assinou, a gente a mesma coisa. Tratou-se do casamento.
Só namorei cinco meses. Ela estava em Lisboa e eu também para lá fui trabalhar.