Nunca fui à escola. Naquele tempo, havia uma escola. Havia anos, no último ano que eu deixei de andar com o gado, os meninos foram para a lavoura, abriu a escola. Eu dei muito aos senhores doutores e às doutoras para ensinar os meus filhos. Os meus pais, nesse tempo, agradeciam aos doutores, aos professores para a gente não ir para a escola. Aos filhos, os rapazes, deixava-os ir, as raparigas não, porque elas não precisavam de aprender então nós não aprendemos. Era mania da pessoa, do pai e da mãe, que elas não precisavam de escrever. Então os meus irmãos fizeram exame. Nós que éramos três raparigas não. Não tivemos nada.