Mais ou menos por altura do Inverno, pelo Natal ou assim, matávamos o porco. Agora só cá está o meu vizinho António, que tem um porquito, e o Toino da Moira, o filho do “Zé Paródias”, que tem em baixo umas casitas com os animais também: porco, cabras, galinhas e coelhos. Mas, nessa altura, tudo tinha animais. Todas as casas, pode-se dizer, tinham porcos. Cheguei a ter até dois! No dia da matança, juntávamos quatro ou cinco pessoas para o agarrar e matavam-no. Era um homem que o fazia, mas até o meu filho já matou alguns. Prendiam-no, deitavam-no, agarravam-no, metiam-no em cima de um banco, espetavam-lhe uma faca, pronto, tratavam dele. A gente enchia as chouriças, botava-as num caniço (umas varas que tínhamos na cozinha, em cima), pendurávamos ali e todos comiam.