Tive os meus filhos perto uns dos outros. Alcancei logo quando me casei. Tinha aí uns 19 anos. O primeiro foi o mais reles, coitadinho. Morreu. Já vinha morto. Diziam-me que era de eu subir às cerejeiras. Eu subia-as muito bem. Depois, veio de sete meses, mas, por Deus, tive boa sorte. Podia até ter má. O segundo morreu passados 15 dias. Não urinava. Fôramos baptizá-lo na Benfeita e depois fôramos com ele ao médico. Tivéramos que ir com ele ainda a Côja. Ao outro dia morreu. Foi enterrado em Dia de Todos os Santinhos. Era Mário.
Depois tive mais dois. Estão cá, à graça de Deus, e são muito bons para mim. Tive-os cá todos em casa. Nunca ia ao médico. Eles não vinham cá! Vinha uma mulher que já morreu, coitada, há uns poucos de anos. Chamava-se Nazaré. As filhas também já morreram, mas ainda cá há netas e sobrinhas. Era aquela mulher que ajudava os meninos a nascerem, porque ela sabia daquilo. Não sei com quem ela aprendeu, mas ela é que tomava conta. Quando alguma mulher estava grávida, ela é que vinha. Mais de resto nunca cá vinham médicos.