Fui à escola, mas por pouco tempo. Era aqui nos Pardieiros, no largo, ao pé da capelinha da Senhora da Saúde. Foi sempre naquela escola que andei. Vinha a pé da Mata da Margaraça e demorávamos aí um quarto de hora a chegar cá. Mais tarde, fizeram outra mais em cima. Foi onde os meus filhos aprenderam, mas já está também abandonada.
Já não me lembro bem das professoras, mas uma chamava-se dona Isaura. Ainda esteve muito tempo em Côja. Era muito calma, nunca me bateu, mas aqueles que as mereciam levavam!
Não dava castigos grandes. Era muito boa professora. Tratava-me bem e era muito boa para me ensinar. Até aprendi depressa a ler e a escrever! Contas é que nunca dei nada. Só de somar e, às vezes, de diminuir ou assim. Poucas contas fazia, porque o tempo também foi pouco. Aprendi a ler e a escrever e depois saí. Tiraram-me de lá para fora e já não aprendi mais nada. Nessa altura, não era como agora. Havia que fazer e tiraram-me, mas eu já não me importava. Tanto se me dava andar num lado como andar no outro. Na escola, a gente brinca uns com os outros mas, tirando isso, tinha que brincar era com os animais e com as minhas coisas.