Os meus pais chamavam-se Maria Rosa e António Francisco.
A minha mãe trabalhou no campo e criou oito filhos. Cavávamos terra, depois semeávamos, sachávamos e regávamos até estarem as coisas criadas. No fim de estarem criadas, colhíamo-las para casa.
O meu pai era empregado no Ministério das Finanças. Quando cá estava de férias e depois quando já estava reformado fazia colheres de pau. Ele fazia as colheres em casa, em baixo na loja. Fazia-as com madeira de pinho. O meu pai e nós íamos buscá-la aos pinhais. Íamos lá em cima buscar carregos para os colhereiros. Para a cortar levávamos as machadas e os serrotes. Cortávamos o pinheiro e depois serrávamos no chão.
Tinha oito irmãos. O mais velho era Armindo, a seguir era o Alfredo, a minha irmã Isaura e eu, a seguir o meu irmão Armando, o Joaquim e o Mário. E uma menina que não chegou a ser baptizada. Nasceu morta.