Quando as pessoas estavam doentes aqui, nos Pardieiros, tratavam-se com ervas. E faziam bem. Faziam chá. Era erva terrestre, era erva cidreira. Eu sei lá as ervas que para aí havia! Chá da folha da laranjeira, chá da folha da oliveira, eu sei lá.
Se alguém, por exemplo, torcesse um pé curava-se com palavras. A gente chamava-lhes pé “estroncado”. Já não me lembra das palavras.
A gerpela também. Eram pernas inchadas, uma coisa muito má. Rezavam:
“De onde vem São Pedro?
Venho de Roma.
Que novidades há por lá?
Muita gerpela má.
Com que a curais?
Com óleos santos esfregarás, com farinha branca polvilharás
Gerpela má para diante não mandarás.”
E curava!