Eu lembro-me de ouvir falar do João Brandão. Uma vez, à Carreira, ia lá uma pessoa a passar e estava um homem, um João Brandão, muito alto. Ele queria passar e ele estava à frente. Não podia passar. E ele disse:
- “Posso passar?”
E ele alçou a perna e disse:
- “Passarão!”
E ele passou. E depois tornou a pôr a perna para baixo.
Eram coisas que contavam.
Uma vez a uma rapariga um rapaz fez-lhe um filho. Depois o rapaz já não quis casar com ela. O pai da rapariga, como ele não quis casar com a filha, mandou-o matar. Combinou aí com umas pessoas e mandou-o matar. Combinou com ele de irem para a Avilheira que são umas quintas num barroco, e lá passarem a noite. Levaram o rapaz ao engano. Depois lá o mataram e enterraram-no lá. Depois o pai dele, como o filho não aparecia, começou a procurar, foi à polícia. Ninguém dava razão do rapaz. Até que um dia ele foi para a capela e pediu tanto a Deus:
- “Meus Deus, já que os homens não descobrem a morte do meu filho, Vos peço que descubra o Senhor”.
Nessa noite começou-se a formar uma nuvem muito grande ali em frente, por cima da Avilheira, aqui adiante por baixo da Senhora da Saúde. Veio uma trovoada. Chamavam-lhe uma tromba de água. Veio uma tromba de água que desenterrou o rapaz. E aí soube-se que o tinham matado e mandaram-nos prender.