Noutro tempo não havia mato para queimar. Andava tudo limpinho. Nem havia erva aqui. Isto tudo andava parecia passado a ferro. A gente malhávamos o milho numas casas e secávamo-lo aqui nas eiras. Andava tudo assim muito arranjadinho. Agora não.
Aqui estas eiras parecia que andava tudo passado a ferro. Eram todas varridinhas à vassoura. Andava tudo rapado, não havia erva, não havia nada. Andava tudo cultivado. Não havia mato para roçar que a gente trazia tudo rapadinho. Agora não. Às vezes até íamos rapar uma paveia ao vizinho. Uma paveia é um braçado, para fazer um molho. Os molhos tinham ciência para a gente vir com aqueles molhos grandes às costas. Íamos em cima ao alto, onde era baldio, mais longe, que era onde a gente às vezes apanhava o matito melhor.
Para regar o milho, tínhamos poças na Fraga da Pena. Fazíamos ali uma represa. Eu quando ia abri-la para regar, tinha medo que arrombasse. Aquilo por ali fora era tudo terrenos de rega. Dava milho. Tão lindo aquele milho e aqueles feijoais! Hoje está tudo cheio de pinheiros.
Nos Pardieiros sei os nomes das ruas todas, temos: a Rua da Carreira, a Rua Torta, a Rua do Vale, o Quelho, algumas nem têm nome.
Nos Pardieiros vale a pena ver a Fonte Velha e a Mata da Margaraça. Isto aqui tem um turismo muito lindo, porque gente estrangeira não falta aqui.