A Mata da Margaraça dantes dava muita fruta, muito comer, milho, feijão, tudo de tudo. E hoje aquilo é arvoredo, mas tem muita árvore exclusiva. Está uma à porta do café da Comissão que não se vê em parte nenhuma. Antes dava flores só em Maio e agora dá duas vezes no ano. Ela agora até tem flor. É um azereiro.
Na Mata cada um cuidava aquilo que semeava. Lá dava de tudo. Até que a gente cantava:
“Ó Mata da Margaraça,
Onde eu tanto trabalhei
Ainda tenho saudades
Do tempo que lá passei.”
As cantigas chegavam daqui não sei aonde!
Eu sei algumas:
“Ó terra dos Pardieiros
Eu nunca te esquecerei
Foi aí que eu nasci
Foi aí que eu me criei.”
“Ó terra dos Pardieiros
És tão linda e tens graça,
Tu tens a Fraga da Pena
E a Mata da Margaraça.”
“Senhora das Necessidades
Quem vos varreu o terreiro
Meninas dos Pardieiros
Com raminhos de Loureiro”
“Senhora das Necessidades
Mora na Lomba do Bujo
Nem que me corram a fogo
Eu daqui é que não fujo”