O meu vestido de casamento era como se usava naquele tempo. A gente ia vestida de cremezinho, com o véu, uma grinalda, um raminho na mão e ia toda contente. Ia com um vestido comprido, de crepe da China, foi a minha irmã que o fez. Naquele tempo ainda era assim. Foi na Benfeita que a gente se foi receber. O casamento foi aqui em Pardieiros. Comemorámos na aldeia, foi uma festa rija. E cá fiquei. Naquele tempo, nos casamentos havia sempre muita comida. Matava-se gado, carneiros, e fazia-se cozido à portuguesa, carne de porco e chouriço. E havia arroz-doce, tapioca, coscoréis, bolos. Era tudo bom. Tudo saudável. Nesse dia quem cozinhou foi a minha sogra, que era cozinheira. No meu tempo fazia os casamentos todos.