Antigamente a comida era normal. Era o comer do que dava a agricultura, a fazenda: castanhas piladas que a gente tinha muitas castanhas. Não iam para as mercearias, como agora. Tínhamos muito feijão, muita batata. Também se matavam os porcos. Tínhamos o gado. Fazíamos muitos queijos e bebíamos o leite.
Nós tinhamos muitos terrenos. Era tudo pertinho de casa. Levávamos muitas vezes as ovelhas para os campos, para a fazenda e depois um bocado para o mato. Eram dias bonitos, não fazíamos nada, andávamos só a guardar o gado. Era ao fim de almoço que íamos. Ao meio-dia chamávamos o jantar e à noite era a ceia.
Com o pouco dinheiro que tínhamos comprávamos bacalhau, sardinha e mercearia. Havia aqui na aldeia duas casas a vender nessa altura. Eram umas mercearias. Chamávamos de taberna. Vendiam o vinho e vendiam mercearia. Mas nós comíamos muito do campo, porque tínhamos muito. Era comer bom. Lembro-me que uma das tabernas era na casa que está no largo. Uma casa grande no meio do largo. Aí era uma taberna e em baixo era a outra. E onde está a Casa do Povo também houve uma.